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terça-feira, 15 de março de 2011

Aquela regra ortográfica



Começando por esclarecer, “regra” é uma ordem que, salvo às exceções, tem o objetivo de unificar e tornar as coisas organizadas. “Ortográfica”, que vem de ortografia, palavra derivada do grego, ORTO “correto” estrutura, base que sustenta (como ortopedia e ortodontista) e GRAFIA “escrita”, o passar para o papel, tornar legível por códigos particulares; como psicografia, telegrafia, tipografia e tantas outras grafias que nem sempre se leva ao gráfico. Portanto, a regra ortográfica nada mais é que uma ordem da estrutura das palavras escritas. Isso conclui que a pronúncia continua a mesma.

A Língua Portuguesa já passou por cinco renovações ortográficas, a primeira em 1911 e a última, até agora, em 1990. A IDEIA é fazer uma unificação dos nove países que possuem a língua como oficial e, aos poucos, acabar com as diferenças ortográficas de cada um deles.

Até aí tudo bem, as coisas continuam belas e as palavras certamente ganharam uma forma mais simples na escrita – até porque ninguém mudaria para algo pior. A nova geração de estudantes primários terá, e já está tendo, uma facilidade na aprendizagem em ler e escrever - até porque tenho certeza que ninguém se simpatiza com aqueles montantes de acentos, tremas, hífens (ou hífenes, como preferem alguns) e aquele tanto de exceções às regras que já confundia por si só.

Há quem diga que isso foi muito bom, que já pegou a lógica da coisa e que é filho de Heros – ou qualquer outro deus de origem mitológica romana, grega ou egípcia, e que, no mínimo, é um chato! Se há uma coisa que temos que concordar é que essa nova regra deu uma desestruturada na cabeça de muita gente que já não sabe onde se sentar porque, afinal de contas, tiraram ou não o acento de ônibus?!

E assim, como ter que aprender que azul agora é COR DE ROSA, todo mundo fica regulando a mão ou os dedos – se for uma digitação, para não por o acento em IDEIA, para não colocar o trema em LINGUIÇA e saber diferenciar a FORMA da FORMA – entendeu?

No mundo acadêmico a exigência é muito maior, pois quem cursa um ensino superior faz parte da elite de uma sociedade com uma vivência cruel em níveis de ensino. É como na era vitoriana, quando a alta sociedade era submetida a tantas torturas de vestimentas: homens usando perucas e saltos altos e mulheres usando espartilhos e vestidos que pesavam até três vezes mais que a moçoila.

Mas não se desespere. Não há razão para arrancar os cabelos. Há disponibilidade de arquivos em PDF na web de guias práticos da nova ortografia, como, por exemplo, o Michaelis, e ainda softwares para baixar grátis, atualizando o seu programa de edição de textos. Assim, caberá à escolha individual entre, reaprender ou deixar por conta das máquinas.

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