search

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Não há utilidade! É sério.

E na procura desesperadora de algo a dizer, eu sigo como se nada fosse suficientemente possível de resolver. Não sou adepta à rima. Mas como tudo nesse mundo tem que ser combinado – no sentido amplo da palavra – às vezes saem coisas que não foram assim tão bem combinadas.

Se por um acaso notar que é metalinguagem, pare. Não quero que leia algo que já sabe. Não quero que isso se resuma em uma mesmice que a vida proporciona. Porque gosto do diferencial. E o diferente, está naquilo que não combina que não se ajeita com facilidade e que não tem a aceitação automática – isso se bater de frente com o comum [não é redundante, mas se gostar do diferente, ele deixa de ser diferente porque lhe agradou e se torna comum! – simples].

Assim como eu gosto do diferente, tornando assim comum para mim, gosto do diferente por ser rejeitado pela maioria das pessoas [acho que gosto de desafios].

Ah, o consumismo! Palavra chata que vem me consumindo desde o mês de agosto – os outros meses antecedentes a esse era eu quem o consumia. Dado ao artigo que me levou a ler muito sobre o mesmo assunto chato, mastigado, destrutivo e consumista. Arriscaria em dizer que é autodestrutivo e, que se não fosse não existiria ainda.

Estudo Comunicação, mas estudei um curto período o curso de Psicologia [se a minha ex professora de Técnicas de Análise do Comportamento Infantil lesse isso diria: isso não é preciso, o que é, exatamente, "curto" para você?!] e senti falta de opinar - lá já estava tudo pronto demais, era só ler os livros, cortar os cérebros, analisar os comportamentos e, acima de tudo, odiar Freud. Definitivamente intolerante.

O quê? Ah sim, eu durmo sim. Só não me pergunte quando porque pode não ter uma boa resposta.

Bom, antes que isso caia num mundo chamado por mim de “mundo do pra quê isso?!?!?!?”, vou concluindo e confessando: não é uma metalinguagem. Talvez seja.

Não, não é.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Para você

Vá. Não se preocupe, ficarei bem. E prometo a você permanecer sempre no mesmo lugar. Para onde vou é seguro. Calmo. E se caso, algum dia, você sentir a minha falta, vou logo deixando o endereço.

Fica perto, no meio da cidade, na Floresta dos Homens Esquecidos. Onde os anjos sempre vêem as estrelas que se levantam. Há um jardim. Jardim de flores entregues sem paixão, testemunhas da tristeza que encobrem a pedra fria e a deixa mais bela. Restando como prova de amor a moradia confortável e a chance de enfim imortal – porque já não vive. E quem vive? A solidão que por fim está tão só num tempo que parou.

Estarei lá por entre as flores e o choro de uma vela que se apaga pelo vento que sussurra uma chuva. E ao ouvir o coveiro gritar: “É tempo de colheita!”, saberei que logo chega para buscar as flores do meu jardim; do meu jardim morto. Em tempos, ao ouvir soar o sino da Igreja, ele logo sabe, e começa a mexer na terra para plantar. E assim continua o ciclo: aqueles que mandavam flores, agora passam a também receber.

Criei um reinado, alcancei o conhecimento e falhei, simplesmente, em achar que poderia ser Deus. Remanescente, embora ainda não convidado. Talvez numa tarde de terça-feira ou numa madrugada de sábado, apenas ouvir o sussurro, alguém enfim lhe chama, e assim, será o que ainda resta para perfumar.

De tudo, sentirei falta do inverno e seu mundo de coisas frágeis. E para você, que por fim não me quis, deixo esse recado que por tão singelo acabará por não ser lido. E se caso ler essas linhas, lembre-se não da mão que as escreveu, e sim do que foi escrito. O choro sem lágrimas de um poeta que por fim beijou a flor.

Porque tudo que é belo morre. E tudo que é morto tem a sua beleza. E não importa a cor, todos vão para o mesmo lugar e terá o mesmo tom que rodeia por entre os pastéis. Pois quando se morre volta a ser pó e germina na flor e amanhece no dia.










*fotos e texto de um ensaio fotográfico com finalidades acadêmicas